Trata-se de uma obra em que se imbricam marcas ligadas tanto ao trabalho como cronista, quanto ao exercício poético. E de um personagem bifonte: o poeta-cronista. Para melhor compreender o Drummund poeta há uma pista sugerida numa bela série poética, “Canções de alinhavo”, incluída em Corpo (1984): “Stéphane Mallarmé esgotou a taça do incognoscível. / Nada sobrou para nós senão o cotidiano / que avilta, deprime.” Pista que em parte se encontra com outra, enunciada em “Carta a Stalingrado”, de A rosa do povo: “A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais”. É como se o poeta enfatizasse, nesses trechos, a sua trilha preferencial — de poeta-cronista —, num momento em que parecia caber à...