Sobre o portal

O Portal da Crônica Brasileira nasce do desejo de revigorar páginas que chegavam aos leitores em periódicos diversos, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, quando a crônica teve a sua fase mais prodigiosa. Milhares dessas páginas foram guardadas por seus autores, e hoje integram acervos pessoais, sob a guarda de instituições brasileiras.

A existência de mais de dez mil crônicas em recortes de jornais no acervo de Literatura do Instituto Moreira Salles, de autores como Paulo Mendes Campos, Rachel de Queiroz e Otto Lara Resende, para citar apenas três, impôs a necessidade de se criar um meio de dar maior visibilidade aos textos hoje catalogados, digitalizados e disponibilizados na base de dados do IMS.

Reunidos no Portal da Crônica Brasileira, esses textos se somam à produção de outros cronistas, dispersa em várias instituições. Entre elas, a Fundação Casa de Rui Barbosa, que tem, sob a sua tutela, um cronista da estatura de Rubem Braga, responsável sozinho por mais de 15 mil recortes de jornal em seu arquivo. É com o velho Braga que a Casa Rui se associa ao IMS para dar início a uma parceria que promete, em futuro próximo, a inserção de outros cronistas de seu extraordinário acervo, entre os quais Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino e Vinicius de Moraes. 

Dizia Rubem Braga que "o cronista de jornal é como o cigano que toda noite arma sua tenda e pela manhã a desmancha, e vai". Se a permanência da crônica se contrapõe à fragilidade sugerida pela imagem da tenda, há aqueles cronistas que, involuntariamente, puseram à prova a perenidade do gênero. É o caso de Antônio Maria, que não guardou nada do que escreveu, nem em manuscritos nem em recortes de jornal. Ainda assim, sua ausência no Portal da Crônica Brasileira seria injustificável. Optou-se, então, por incluir seus textos a partir de edições em livros, o que gerou um padrão diferente de descrição, a ser facilmente compreendido pelo visitante – é o que se espera. Assim estarão representados, futuramente, outros cronistas na mesma situação de Maria.

Algumas vezes acontece de o recorte de jornal não se limitar à crônica propriamente dita. Tivemos de nos manter fiéis ao documento do arquivo, reproduzindo-o tal qual nos chegou, o que nem sempre resulta em imagem harmoniosa.
    
Do conteúdo publicado, estão sendo transcritas algumas crônicas, visando a uma reprodução adequada em celulares e tablets. Essas transcrições pretendem, na medida do possível, ser fiéis à versão exibida no recorte de jornal, e não às das edições em livro, quando os textos já foram depurados e se apresentam diferentes da imagem.
    
De um modo ou de outro, as crônicas ocupam, neste Portal, o lugar que certa vez lhes foi atribuído: o de coração de um jornal, tal o apelo que exercem sobre os leitores que nelas buscam liberdade e leveza, sem perda de solidez.
    
Vida longa ao Portal da Crônica Brasileira.


Elvia Bezerra
Coordenadora de Literatura do Instituto Moreira Salles

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