Fonte: Com vocês, Antônio Maria, Paz  e Terra, 1994, p. 92. 

Em Petrópolis, a mulher local é loura e bela. As jovens são, constantemente, assediadas pelos "engraçadinhos" que sobem a serra de Volkswagen. Então os pais, homens sérios, de moral rigorosa, vivem a vigiar constantemente. A vida corre serena, de segunda a quinta. Já na sexta começa o tumulto. A calçada do D'Angelo se enche, as portas dos cinemas se tornam intransponíveis... e as moças vão passando, sem dizer nada, sem pensar em coisa alguma, a caminho de casa, onde um carão as espera, quase sempre. É o pai, com toda razão.

Ah, deixai em paz as moças de Petrópolis! Deixai que elas escolham seus namorados petropolitanos, como elas, louros e plácidos. Nossa homenagem à moça de Petrópolis, tão loura e bem-comportada!

antonio-maria
As crônicas aqui reproduzidas podem veicular representações negativas e estereótipos da época em que foram escritas. Acreditamos, no entanto, na importância de publicá-las: por retratarem o comportamento e os costumes de outro tempo, contribuem para o relevante debate em torno de inclusão social e diversidade.