Dezembro é o mês de uma infinidade de frases, que se repetem em todos os anos, sempre as mesmas. Vamos lembrar algumas, que estão sendo ditas, desde o dia lº: "O ano passou num abrir e fechar de olhos" — "Você reparou quanta gente conhecida morreu este ano?" — "E todas quando a gente menos esperava" — "Eu espero que o ano que vem seja um pouquinho melhor" — "Pois eu, minha filha, não tenho nada que me queixar. Luís Mário passou de ano" — "Nunca houve um ano tão ruim para negócios" — "Vocês já viram quanto está custando um quilo de castanhas?" — "Minha filha, com a vida pelo preço que está, nós não vamos fazer nada. Mas, se você quiser aparecer lá em casa, com as crianças, só nos dará prazer" — "Eu tenho horror a datas... se não fossem as crianças..." — "Natal de pobre é no dia 26" — "Se Dagoberto não estivesse tão atropelado, eu ia pedir para ir, com as crianças, passar o Natal nos Estados Unidos" — "Olhe, Daniel, como eu sei que os seus negócios não vão bem, vou deixar os brincos de esmeraldas para o ano que vem" — "Mamãe, o Luís Otávio falou que Papai Noel é o pai da gente" — "Olhe, se você não comer o ovinho todo, Papai Noel vai ficar tão triste que é capaz de não vir" — "Deixa passar esse negócio de Natal e Ano-Bom, que eu vou estudar uma maneira de ir pagando devagarinho" — "Bom, o regime eu só vou começar depois do ano" — "Você não vai encontrar banco nenhum que desconte este título, a não ser depois do dia lº" — "Eu quero ver se, de janeiro em diante, paro de fumar e de beber" — "Este ano só quem mandou presente foi o armazém e, assim mesmo, uma garrafinha de vinho do Porto" — "Eu já avisei a todo mundo, que não quero nada, porque não tenho para dar a ninguém" — "Logo que as crianças terminarem os exames, eu boto tudo num automóvel e levo lá para um sitiozinho que eu tenho em Thiago de Melo" — "Vocês sabiam que, no Norte, eles chamam rabanadas de fatias paridas?" — "O que é que você mais desejaria que o Ano-Novo lhe trouxesse?" — "Minha filha, eu e as crianças estando com saúde, não preciso de mais nada" — "Minha mulher é uma santa. Ela falou que tudo o que eu tivesse de lhe dar de Natal, desse às crianças" — "Falaram tanto dessas cestas! Você viu o que veio dentro?" — "Pois olhe, lá em Portugal, um quilo de castanhas custa três escudos" — "Mas, hoje em dia, qual é a diferença que existe entre o champanhe nacional e o francês?" — "Com este, faz não sei quantos natais que eu não como uma fatia de peru" — "Você acha que, com as coisas como estão, este Governo aguenta até o fim do ano?".