Eternamente deleitável ou imediatamente deletável — depende menos do tema do que das artes do autor —, a crônica pode não ser um “gênero de primeira necessidade, a não ser talvez para os escritores que a praticam”, como sustentava Luís Martins (...). Um subgênero, há quem desdenhe. “Literatura em mangas de camisa”, diz-se em Portugal. Mas, para o crítico Wilson Martins, trata-se de uma “espécie literária” que de jornalístico “só tem o fato todo circunstancial de aparecer em periódicos”. Num estudo memorável, “A vida ao rés do chão”, de 1980, recolhido no volume Recortes, o crítico Antonio Candido admitiu que “a crônica não é um ‘gênero maior’” — para em seguida se rejubilar: “‘Graças...