Fonte: Toda crônica. Apresentação e notas de Beatriz Resende; organização de Rachel Valença. Rio de Janeiro, Agir, 2004, vol. II, p.531. Publicada, originalmente, na revista Careta, de 1/07/1922 e, posteriormente, no livro Marginália, Brasiliense, 1956, p. 153.
Não é possível deixar de falar no tal esporte que dizem ser bretão.
Todo dia e toda a hora ele enche o noticiário dos jornais com notas de malefícios, e mais do que isto, de assassinatos. Não é possível que as autoridades policiais não vejam semelhante cousa.
O Rio de Janeiro é uma cidade civilizada e não pode estar entregue a certa malta de desordeiros que se querem intitular sportmen.
Os apostadores de brigas de galos portam-se muito melhor. Entre eles, não há questões, nem rolos. As apostas correm em paz e a polícia não tem que fazer com elas; entretanto, os tais de footballers todos os domingos fazem rolos e barulhos e a polícia passa-lhes a mão pela cabeça.
Tudo tem um limite e o football não goza do privilégio de cousa inteligente.