Há vários critérios para se saber se uma nação é civilizada. Um deles é a existência de um bom serviço de comunicação entre os cidadãos. Serviço aqui tem o sentido estrito de correio, a que no máximo se acrescenta o telégrafo, ou o que veio depois do telégrafo, como o Telex e o fax. Sempre tive simpatia pelos astecas e pelos incas. Visitei mais de uma vez o estupendo Museu de Antropologia no México.
Creio, porém, que está num remoto manual de história a origem da minha simpatia pelos astecas. E também pelos incas. É que aprendi no colégio que uns e outros tinham excelente serviço de correios. A tal ponto que os historiadores não hesitam em chamá-los de perfeitos. Quando Cortés destruiu o império asteca e mandou queimar os navios espanhóis no porto, para não ter volta, destruiu também a obra-prima do correio asteca.
Lendária ou não, a mensagem a Garcia exprime uma profunda verdade. Nada impede que o tenente Rowan leve ao sargento Garcia a mensagem do presidente McKinley, em 1898. A suprema vergonha do mensageiro é não alcançar o objetivo. Não entregar a mensagem. Na Grécia, vocês se lembram, o sujeito cai morto, esbaforido, mas dá o seu recado. Questão de honra, isto é, de vida ou de morte. Nada pode se extraviar.
Bom, claro que sei da precariedade com que funciona a nossa andrajosa ECT. E, contudo, tem se comportado bastante bem. Sou seu fã e torço pela sua melhoria. Dito isto, o Abgar Renault me mandou, da Lagoa para a Lagoa, no Rio, a sua Obra poética. E um poema autografado, que eu adoro. De São Paulo, o José Mindlin me remeteu O namoro à antiga, do Thales de Azevedo. São dois perfeitos cavalheiros. Faz três semanas e nada me chegou. Paísinho duro de roer, o Brasil. Será que melhora quando ficar pronto?