O livro se chama The Guinness Book of Records e é publicado na Inglaterra. A primeira edição é de 1955, a última, de abril do ano passado. Registra o “maior”, o “máximo” de tudo. Alguém me pergunta qual é o homem mais burro do mundo. Não, isso o livro não revela, o registro é exclusivamente de dados mensuráveis a respeito do ser humano, do reino animal, do universo, da política, da economia, das artes, dos negócios, das atividades mecânicas, dos feitos humanos, dos esportes e passatempos.

É claro que busquei no índice, antes de tudo, o nosso Brasil. Temos estes recordes mundiais: a maior água marinha (encontrada em 1910, perto de Marambaia); o maior topázio (encontrado em Minas Gerais); a rua mais larga (o Eixo Monumental de Brasília, indo da praça Municipal à praça dos Três Poderes); o quarto edifício do mundo em altura é o Banco do Estado de São Paulo; o maior estádio de futebol é do Maracanã (para atletismo, existe um em Praga com mais acomodações do que o nosso).

E Maria Esther Bueno? E Éder Jofre (recado: agradeço, Éder, sua bonita carta)? O livro não registra todos os campeões mundiais, sua finalidade não é essa; registra apenas os recordistas entre os recordistas. No campo do tênis, por exemplo, dá o nome de quem manteve o título mundial por mais tempo.

É verdade que, eventualmente, o nome do Brasil volta a aparecer. A maior afluência a um campo de futebol se deu no final da Copa do Mundo de 1950, quando o Maracanã abrigou um público de 200.000 pessoas; amigos me asseguram, entretanto, que, posteriormente, um jogo do Brasil com o Paraguai superou esse número.

Brincando de saber coisas, eu lhes digo ainda que o mais “prolífico” (tradução literal do inglês) assassino do mundo foi um cidadão de Chicago: no fim do século passado matou cerca de 150 moças. A maior assassina (seu nome era Bella) matou, nos Estados Unidos, 16 pessoas, sendo possível que outras 12 morreram em suas mãos.

Mais: a pior inflação ocorreu na Hungria em junho de 1946; em nossos dias, a mais brava é a da Bolívia. Os maiores comedores de batata são os irlandeses; de carne, os uruguaios (239 libras por cabeça); o maior consumo de cerveja pertence aos belgas, quase abstêmios em matéria de bebidas fortes, sendo este o forte dos sul-africanos.

Respire fundo. O nome mais comprido é de uma havaiana: Kuuleikailialloha piilaniwailauokekoaulumahiehiekealomaonaepiikea. O nome de lugar mais longo é de uma aldeia da Nova Zelândia: Taumatawhakatangihangakoauotamateaturipukakapikimaugahoronukupekaiwhenuakitanatahu. Significa: “o lugar onde Tamatoa, o homem do grande joelho que escorregou, subiu e devorou montanhas, conhecido por Comedor-de-terra, tocou flauta para a sua amada”.

Mas, vamos ao futebol. Não, antes, registremos, com espanto, que o maior assalto da história, não solucionado, foi feito nas reservas de ouro alemãs, na Bavária, com militares norte-americanos e civis alemães, em junho de 1945: um total de 730 barras de ouro (avaliadas em 3 528 000 libras esterlinas), cinco sacos de cédulas, 25 caixas de barras de platina, pedras preciosas, desapareceram em trânsito: nenhum dos responsáveis foi levado ao tribunal!(???)

Não, não vou ao futebol: estou compilando os recordes acima poucos minutos antes da partida Brasil e México. Se a gente ganhar daqui a pouco, e ganhar também no sábado, prometo um pouco de futebol.

paulo-mendes-campos
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