Um indivíduo que encontra dois namorados em um jardim e pergunta ao rapaz se ele está melhor da asma, é um amigo da onça? Achamos que sim. E um indivíduo que, viajando pelo deserto com um companheiro, ao perceber um oásis à esquerda, diz ao outro para seguir pela direita para ver se encontra água nessa direção, é um amigo da onça ? É – segundo o desenhista. Convenhamos, no entanto, que o amigo da onça piorou muito de caráter: deixou de fazer pequenas perfídias para fazer monstruosidades de exceção, transformando-se em um assassino furiosamente gratuito. Temos pena do amigo da onça. Trata-se de um perigoso nevropata, abalado pela guerra e filosofias ruins. Péricles, seu criador, mostrou-se sensível a essa época de violência e de crimes, fazendo seu personagem violento e criminoso. Mas não se trata mais do amigo da onça e sim do próprio felino sanguinário.
O deputado Benedito Valadares despreocupou-se, temporariamente pelo menos, da política. Todo tempo agora é pouco para pensar no “Esperidião”, cuidar do “Esperidião”, falar no “Esperidião”. Que ninguém espere interessá-lo comentando a mensagem do presidente da República, o discurso do sr. Juscelino Kubistchek sobre a situação econômica de Minas Gerais ou as lutas do sr. Melo Viana no Senado. Comente antes questões relativas à impressão, ilustração e distribuição de livros.
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De um colunista americano: “Quando uma mulher, dirigindo um automóvel, faz um sinal com a mão, ela nos prepara o espírito para esperar o inesperado”.
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Um amigo nosso, contrariado, acompanhou a esposa em visita cerimoniosa. Registrou-se o seguinte diálogo entre ele e a dona da casa:
– O sr. aceita uma taça de chá?
– Obrigado, não quero chá.
– Talvez um chocolatezinho?
– Obrigado, não quero chocolate.
– E uma xícara de café?
– Obrigado, não quero café.
– Então, um uisquezinho com soda.
– Muito obrigado, não quero soda.