“O verdadeiro dono da casa é perito na arte de fazer brilhar cada convidado no próprio campo e deve fazê-lo de modo que ninguém o perceba, nem mesmo o interessado.

Se ele diz, por exemplo, “Caro X, você, que entende tanto de pintura, que pensa de Picasso?”, o senhor X se sentirá constrangido e modestamente responderá: “Que posso dizer, se sou somente um diletante…”, temendo provavelmente não estar à altura da situação. Mas se ele falar casualmente deste ou daquele pintor moderno, verá que seu hóspede tomará a palavra, montará sobre o seu cavalo de batalha e assim o dono da casa terá o que desejava, isto é, uma conversação brilhante. (...) Metade do sucesso de uma reunião está justamente na iluminação: indireta, difusa, bastante discreta para que as senhoras não mais jovens se sintam à vontade, bastante farta para que se possam olhar ocultamente no espelhinho da bolsa e para combater a sonolência que geralmente se segue às refeições copiosas.

Também uma temperatura justa representa mais do que se pensa. Se o seu apartamento, ou sua casa, não é muito aquecido, todos sentirão o frio do espírito seguir imediatamente o do corpo. Se, ao contrário, o calor sufocante, um mal-estar indefinível invadirá todos e terá uma danosa repercussão sobre a reunião, porque as cabeças quentes e os corpos amolecidos não favorecem a conversação. (...) Saiba acolher cada convidado com uma frase que demonstre sua particular atenção por ele. Se gosta do seu cão, fale-lhe dele, se gosta de flores, se as cultiva, pergunte como vão as novas mudas”. (“Receber é uma arte” ― Suplemento feminino de O Jornal, de 27-4-52).

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Queixava-se um escritor maduro outro dia:

― Cheguei à conclusão de que isso de mandar os nossos próprios livros para mulheres bonitas não surte o menor efeito.

Comentou um requintado escritor mais jovem:

― Por que você não faz como eu? Eu sempre usei Pearl Buck.

― É batata!

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80 pentes, 30 limas de unha, 27 escovas de cabelo, 11 escovas de roupa foram esquecidas no lavatório da Câmara dos Comuns, durante os últimos sete anos, segundo revela sir Waldron Smith, deputado conservador, responsável por essa ociosa pesquisa estatística.

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